Pelo menos comigo é assim: Toda a história da humanidade anterior ao meu nascimento se resume a alguns livros escolares, algumas pesquisas enciclopédicas, alguns filmes duvidosos, e fica por ai. Milhares (milhões?!) de anos resumidos em poucas páginas e misturando-se no meu miolo. Platão, César, Galileu, Colombo, Santos Dumont, Einstein, estão todos amontoados em algum canto escuro do meu cérebro.
A partir do meu nascimento, porém, a coisa muda. Cada mês, cada ano, dariam material para vários compêndios, cada pequena situação tem a relevância da invenção da imprensa por Gutemberg. Isto se chama auto-referência, eu acho.
Por que esta conversa toda? Porque estava pensando, justamente, no início de minhas atividades profissionais, mais ou menos à época do Descobrimento da América ou da Proclamação da Independência do Brasil, próximo do tempo em que os bichos falavam.
A área chamava-se, então, Processamento de Dados. Depois virou Informática e , hoje em dia é conhecida pelo genérico Tecnologia, que não é só isso, mas vai convencer os marqueteiros das Casas Bahia ou do Magazine Luiza.
Raríssimas empresas tinham computador, monstrengos com 64K de memória, disco de 5 mega, uma porrada de máquinas para tratar com cartões perfurados (Ah! Não sabe o que é, né Mané?), e por ai vai. Para escrever usava-se as máquinas de escrever, com direito a carbono e tudo; para somar tínhamos calculadoras que pesavam mais do que eu (naquele tempo, é claro); fotos eram no estúdio do japonês na praça, gravar sons só com gravador de carretel. E telefonar, então? Era complicado, já que poucos tinham telefone e as ligações eram péssimas.
E ai olho pro meu celular. A porrinha faz tudo isso, e muito melhor. Acrescente-se a gravação de vídeos (impensável!), o envio de mensagens de texto ou multimídia (o quê?), GPS, leitura de jornais e busca de informações na Internet, esta coisa incompreensível.
Então, quando algum membro da pior-idade disser “No meu tempo é que era bom”, tenha certeza: É mentira! Quando muito é inveja. Vai por mim que eu sei do que estou falando.
Nenhum comentário:
Postar um comentário