Primeira pergunta das aulas de história das crianças do meu tempo, era sempre respondida com o sonoro “Pedro Álvares Cabral”, que depois de enfrentar terrível calmaria teria avistado o Monte Pascoal, Bahia, em 22 de abril de 1500.
Mesmo que depois viéssemos a aprender que a coisa não tinha sido bem assim, que ele já sabia para aonde estava indo, que era tudo jogo de cena para enganar os espanhóis e ficar com boa parte do novo continente, o cacete, aquela imagem de um momento mágico e inesperado ficava na cabeça dos pimpolhos por muito tempo, ao menos na minha ficou.
E não é que estou tendo que aprender tudo de novo?!
Sou informado diariamente, pelas infindáveis propagandas do governo federal, que o Brasil só foi inaugurado após o início do governo de Luiz Inácio da Silva, vulgo Lula. Que antes desta data era um brejo de dar dó, sem nada que prestasse. Devíamos a Deus e todo mundo, coisa que, graças à engenhosidade de Sua Magnificência, já não ocorre. Não tínhamos estradas, nem serviços de saúde, muito menos escolas para nossos rebentos, que cismavam de rebentar a qualquer momento, já que não tínhamos nada melhor para fazer do que trepar e produzir filhos.
Foi então, que há cerca de 8 anos, o Altíssimo se apiedou desta chusma de desvalidos e nos enviou a salvação através de seu segundo filho: Lula, o Magnânimo.
E as escolas, estradas, hospitais, casas para todos, automóveis, alimentos começaram a brotar do chão como num efeito especial de Avatar, aquele filme azul. De devedores passamos a credores, todos querem nosso conselho nas divergências de opinião que há pelo planeta, a população nunca esteve tão feliz como agora. Às vezes tenho que enxotar de casa os médicos que querem me atender, mesmo que eu não tenha nenhuma queixa.
E vocês ainda tem dúvida de em quem votar? Santa paciência! Não perceberam que sem Sua Generosidade e seus Apóstolos poderemos refluir para a merda da qual viemos, voltando àquela condição pré-histórica? Vocês querem o fim dos milagrentos programas sociais que tanto ajudam nossos irmãos mais necessitados? Querem o fim deste gigantesco programa de desenvolvimento que tantas estradas construiu pelo Brasil, e que identificou a maior reserva de petróleo do universo, suficiente para gerar energia para todos pela eternidade, e que se encontra quase à mão, bastando encher o balde com o precioso óleo?
Então, às urnas cidadão, formem seus batalhões, marchemos, como no hino daquele país que tanto nos admira.
O quê? Não é bem assim? Então devo estar entendendo errado as mensagens que recebo. Vou revisar, depois aviso. Tchau!
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