Desde pequeno, muitas vezes sem entender o que se passava, escuto discussões sobre política. Quase sempre eram calcadas em “O seu candidato é mais ladrão que o meu” ou outras preciosidades parecidas. Ainda é assim. Erenice Guerra vale quantos Paulos Pretos? O candidato é veado? A candidata largou o marido e trocou por um milongueiro picareta? Sua mulher fez um aborto? A senhora matou quantos enquanto era guerrilheira? Deveriam lançar um álbum de figurinhas com candidatos, assessores, cupinchas, amantes, ex-maridos ou ex-mulheres, filhos ou filhas que cuidam do cofre, estas coisas. O álbum seria retirado no cartório eleitoral mais próximo e os pacotes com as figurinhas seriam comprados em bancas de jornais, sendo a arrecadação decorrente destinada a alguma ONG corrupta, do governo ou da oposição, tanto faz. Ao menos poderíamos nos distrair tentando completar o maldito álbum e trocando figurinhas, no bom sentido, com amigos e conhecidos. É claro que haveria um mercado negro dos cromos, valorizando as figurinhas mais difíceis. Daria mais sabor à coleção.
Quem conseguisse completar o álbum ganharia uma passagem para Brasília (de ônibus, é claro, afinal temos que zelar pelo dinheiro público!) para visitar o zoológico aonde vivem os políticos e poderia verificar para aonde vai o nosso dinheiro. A todo momento seria lembrado, por uma gravação da maravilhosa Iris Lettieri, que é permitido alimentar os animais. De preferencia com alimentos e bebidas importados.
Assim ao menos teríamos algum beneficio com as deprimentes campanhas eleitorais que assolam este pais. Seria divertido e, ao mesmo tempo, instrutivo. Os personagens poderiam ser classificados não só por partido mas também por categoria funcional. Ao pé do local em que deveriam ser coladas as figuraças haveria breves descritivos, tais como: - Assessor, responsável por arranjar desculpas esfarrapadas e contratar aloprados para a obtenção de dossiers; - Amante, mestrado no puteiro da Eny em Bauru, especializada na posição do canguru perneta; - Cão de guarda, treinado para revidar a ataques criando xingamentos terríveis e colocando em dúvida a masculinidade (ou feminilidade) do adversário (a); - Parente intelectualmente prejudicado, cuja única função é fazer merda e arrumar denuncias contra seu próprio candidato; e por ai vai.
Fica a ideia para o TSE, tão criativo na elaboração de propagandas que nos lembram a todo momento da importância do voto. Da inutilidade ninguém fala, né?
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