domingo, 25 de janeiro de 2015

Escrituras.

“Mantenha seus pensamentos positivos, porque seus pensamentos tornam-se suas palavras. Mantenha suas palavras positivas, porque suas palavras tornam-se suas atitudes. Mantenha suas atitudes positivas, porque suas atitudes tornam-se seus hábitos. Mantenha seus hábitos positivos, porque seus hábitos tornam-se seus valores. Mantenha seus valores positivos, porque seus valores... Tornam-se seu destino”. Mahatma Gandhi.

Acredito piamente nisto. De verdade, mesmo que não consiga praticar os tais pensamentos positivos, acredito que nossa forma de pensar resulta em nosso destino, o que quer que seja isto. O problema é que nunca consegui manter o foco no positivo, nos bons pensamentos, nas idéias otimistas. Conheço pessoas que praticaram estes ensinamentos com bons resultados. Conheço algumas, até, que mudaram para o lado ensolarado da rua durante a vida e melhoraram muito, na forma de pensar e na forma de viver. O problema é comigo, como diria o namorado que quer romper com a namorada e não sabe o que dizer.

Meu miolo sempre desconfiou das idéias muito otimistas, achava sempre que estava faltando alguma coisa, que o tal positivo era só falta de informação. E assim fui pela vida, desconfiando. Talvez se eu tivesse lido os livros certos, frequentado as associações adequadas, tivesse superado este pessimismo. Li muito, mas nem o suficiente, muito menos o necessário. Lembram-se do conceito matemático “Necessário e Suficiente”? É bem legal, quem quiser dá uma internetada ai e vê. Os chamados clássicos só li de forma referencial ou em resumos. Havia, quando eu era adolescente e lia muito, uma coleção chamada “O Tesouro da Juventude”, que meus pais, preocupados com a educação daquele monte de filhos, compraram. E eu li inteirinha. O Tesouro trazia diversos assuntos, resumidos para atender o público ao qual se destinava que iam desde literatura, ciências, atualidades, passando por música, teatro, estas coisas. E assim fui tomando contato com as maiores obras do gênio humano. Mas nunca li Dante Alighieri, Cervantes, Platão, Homero ou Shakespeare no original. Muito menos li a Bíblia, só referências como já disse. Li resumos e li comentários sobre os clássicos em outras obras.

Mas li quase tudo de Charles Bukowski, Gabriel Garcia Márquez, Saramago, alguma coisa de Hemingway, William Faulkner, Henri Miller, Gay Talese, Mario Puzzo, Mario Vargas Llosa, Érico Veríssimo, Jorge Amado, Hermann Hesse, além de cronistas como Rubem Braga, Nelson Rodrigues, João Ubaldo Ribeiro, entre outros. Muito do que li já esqueci, não sei se isto é bom ou mau. E estes autores não primavam por seu otimismo, longe disto. Uma das minhas maiores influências foi “Sidarta”, de Hermann Hesse. E, a menos que eu não tenha entendido, não se pode chamar de uma obra particularmente positiva. Conformada talvez, mas positiva nunca.

Quanto às associações de pensamento, Maçonaria, Rosa Cruzes e assemelhados, nunca fui convidado a frequentá-las. Meus amigos que por elas habitavam deviam achar que eu não era digno de conhecer os segredos da vida e nunca me convidaram. Deviam estar certos.


Hoje leio muito menos. A internet nos transformou em preguiçosos catadores de manchetes e comentários resumidos, que querem tudo pronto e que, quando a página demora mais do que quinze segundos para abrir já estão bufando. Mas se eu puder dar um conselho aos mais jovens, seria: Leiam. Leiam muito, leiam tudo o que puderem. Há romancistas espetaculares, filósofos perspicazes, ensaístas inteligentes, vai valer à pena. Só procurem se manter do lado iluminado da Força. 

Saudações Jedi!


Um comentário:

  1. prezado, muito bom ser sempre surpreendido com suas crônicas, seus pensamentos, seu modo despojado e ao mesmo tempo profundo de colocar as coisas. Continuo seu fã

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